domingo, 31 de janeiro de 2010

2010 – 1ª Lista de Leitura

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Nunca tinha elaborado nenhuma lista de livros a ler num determinado ano. Nesta, estão apenas alguns dos títulos que vou ler. Sinceramente, espero poder encerrá-la brevemente e elaborar a próxima lista e, assim, sucessivamente.
Por enquanto, li apenas o primeiro livro. O meu ritmo de leitura tem sido muito lento este ano, mas isso não me preocupa porque se explica pelo facto de estar em época de exames e estar em casa da minha família. Quando as aulas começarem volto para o Porto e, lá, o meu ritmo de leitura costuma disparar loucamente, uma vez que não tenho grandes distracções e ando muito preguiçosa para estudar.
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  • 1808, Laurentino Gomes
  • A Cidade dos Deuses Selvagens, Isabel Allende
  • Amor em tempos de Guerra, Júlio Magalhães
  • As Intermitências da Morte, José Saramago
  • Filipa de Lencastre, Isabel Stilwell
  • Heroína do Deserto, Donya al-Nahi
  • Jesusalém, Mia Couto
  • Leite derramado, Chico Buarque
  • Leonor Teles ou O Canto da Salamandra, Seomara da Veiga Ferreira
  • Lolita, Vladimir Nabokov
  • Monte dos Vendavais, Emily Brontë
  • O Crepúsculo de Avalon, Anna Elliott
  • Um Km de Cada Vez, Gonçalo Cadilhe
  • Beatriz de Portugal, Paula Cifuentes
  • Catarina de Aragão, A Princesa Determinada, Philippa Gregory
  • A Pedra Abençoada, Barbara Wood
  • Jardim dos Segredos, Kate Morton

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quinta-feira, 28 de janeiro de 2010

quarta-feira, 27 de janeiro de 2010

Encontro em Jerusalém - Tiago Rebelo

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A obra, baseada na experiência das reportagens de guerra do autor, fala-nos sobre a vida e a carreira profissional em comum de um casal de repórteres de guerra, Afonso e Francisca, que acompanha ao vivo alguns dos conflitos armados mais importantes do século XX. Nesse sentido, a acção desenvolve-se entre Portugal, o Médio Oriente e os Balcãs, em Países como Israel e a (agora) Bósnia-Herzegovina.
Os protagonistas conhecem-se e apaixonam-se na estranha cidade de Jerusalém, nas vésperas da Operação Tempestade no Deserto, levada a cabo durante a Guerra do Golfo. Esta inicia-se em 1990, com a invasão do Kuwait pelo Iraque. A comunidade internacional reagiu de imediato e uma coligação de países ocidentais e árabes desencadeou a supracitada Operação, com vista à retirada das tropas iraquianas do território ocupado. Para o sucesso desta contribuiu a altamente desenvolvida tecnologia militar americana, cujas bombas inteligentes atingiam e forma certeira os mais importantes locais controlados pelas tropas iraquianas.
Afonso e Francisca seguem estes acontecimentos a partir de Jerusalém, uma vez que foi impossível à maior parte dos jornalistas obter vistos de entrada no Iraque e se previa que este, após o ataque dos Estados Unidos, bombardeasse os territórios israelitas, para que Israel se juntasse à coligação internacional, o que, certamente, faria os países árabes que a ela se uniram abandonarem-na. Assim, apesar de o país não ter entrado na Guerra do Golfo, os mísseis iraquianos espalharam o terror entre a população, pois, não dispondo da inteligência das bombas americanas, caiam ao acaso no solo, matando tanto militares como civis.
Juntos, estiveram também na cidade de Sarajevo, durante a Guerra da Bósnia. Na sequência da queda do Muro de Berlim, quando os regimes comunistas do leste europeu se começaram a desmoronar, também a Federação da Jugoslávia entrou em colapso. Após a Eslovénia e a Croácia autoproclamarem a sua independência o clima de guerra instalou-se na região da Bósnia, onde os conflitos entre as comunidades muçulmana, sérvia e croata cresciam de dia para dia, a par de negociações infrutíferas. A União Europeia acabou por impor um referendo à população. Contudo, esta medida alterou ainda mais os ânimos, provocando a ira dos sérvios que, sabendo-se em minoria, não aceitaram que a população decidisse o futuro da região e ignoraram o referendo. Surgiram os primeiros banhos de sangue e o conflito rapidamente evoluiu para uma medonha guerra civil, que durou cerca de uns longos três anos, em que mrreram milhares de civis.
Na altura em que os nossos repórteres aqui estiveram, Sarajevo era uma das cidades mais perigosas do mundo, onde a qualquer momento se podia morrer num tiroteio, num bombardeamento ou simplesmente vítima da pontaria certeira de um sniper – franco-atiradores que dispunham de armas com miras telescópicas que escondiam nos edifícios e conseguiam matar a grande distância qualquer pessoa, com uma margem de erro praticamente inexistente. Aqui, Afonso e Francisca testemunharam cenas impressionantemente chocantes.
Ao longo da trama o autor dá-nos a conhecer, ainda, um pouco do conflito israelo-árabe, assim como o cosmopolitismo da cidade de Jerusalém, arranjando, também, espaço para movimentações de terroristas suicidas.
Sobre tudo o que conta, o autor revela, além de um talento nato de romancista, um conhecimento profundo das realidades políticas e sociais, adquirido não só de experiências mas também de muitas leituras.
Além de tudo isto, o livro comporta uma belíssima história de amor, de duas pessoas que se completam, pontuada por muitos obstáculos, mas extremamente enternecedora.
Eu adorei este livro. É espantoso porque consegue ser, ao mesmo tempo, um romance histórico, de amor, arrebatador, comovente e capaz de nos deixar cm o coração nas mãos, em alguns momentos. Empolgante e simplesmente extraordinário.
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Classificação: 6/6
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segunda-feira, 25 de janeiro de 2010

José Luís Peixoto

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"Amor. Amor. Amor, gostava de dizer esta palavra até gastá-la ainda mais. Amor, gostava de dizer esta palavra até perder ainda mais o seu sentido. Amor. Amor. Amor, até ser uma palavra que não significa nem sequer uma ilusão, uma mentira. Amor, amor, amor, nem sequer uma mentira, nem sequer um sentimento vago e incompreensível. Amor amor amor, até ser nem sequer uma palavra banal, nem sequer a palavra mais vulgar, nem sequer uma palavra. Amoramoramor, até ao momento em que alguém diz amor e ninguém vira a cabeça para ouvir, alguém diz amor e ninguém ouve, alguém diz amor e não disse nada. Sozinho, diante da campa. O amor é a solidão."

José Luís Peixoto «Uma Casa Na Escuridão»
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domingo, 24 de janeiro de 2010

Próximas críticas

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O Monte dos Vendavais- Emily Brontë

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Vou participar na leitura conjunta do livro Monte dos Vendavais, de Emily Brontë , no blog My Imaginarium. É a minha primeira leitura conjunta e penso que vou gostar. O livro, que eu não conhecia, trata-se de uma obra importante da literatura inglesa e, pela sinopse, parece muito interessante.
Estou mortinha por o comprar e começar a ler e a redigir opiniões.
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sexta-feira, 22 de janeiro de 2010

O Crime do Padre Amaro - Eça de Queirós

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A obra conta-nos o amor vivido entre o Padre Amaro e Amélia, na Leiria do século XIX. Quando sai do seminário, o jovem Padre é colocado numa paróquia de uma serra remota, numa aldeia onde a maioria das pessoas eram pobres pastores. Aí, pela primeira vez, questiona a sua vocação, apercebendo-se de que seguira a vida religiosa apenas por influência de uma marquesa, de que fora protegido e graças aos contactos que ainda tinha na alta sociedade lisboeta, consegue transferir-se para Leiria, uma das paróquias disponíveis com maior população e mais alto nível de vida. Hospeda-se em casa da “Senhora Joaneira”, deslumbrando-se, desde logo, com a beleza da sua filha, Amélia, e gozando todos os confortos que as duas mulheres lhe proporcionam. Ao mesmo tempo, vai crescendo uma forte amizade entre Amaro e Amélia, que rapidamente se transforma num romance tórrido, pontuado por obstáculos que o casal vai tentando ultrapassar.
Ao longo do desenrolar da trama, o autor vai-nos revelando várias facetas da sociedade da época. São particularmente notórios a hipocrisia dos membros da Igreja, que embora preguem em nome de Deus, cometem as maiores imoralidades e crueldades, e o envelhecimento e ignorância da comunidade religiosa, composta, essencialmente, por velhas beatas que, tal como Amélia, não resistem à simpatia e beleza do “senhor pároco”, que aparece aos seus olhos como um anjo.
Na minha opinião, trata-se de uma obra divinal. A crítica social e, sobretudo, religiosa está muito bem conseguida. Muitos dos diálogos entre padres e as suas acções são de tal forma contraditórios ao que apregoam que chegam a ser hilariantes. Encerra um romance empolgante, extraordinário, arrebatado e arrebatador. Conseguiu prender-me desde o início, dando eu por mim a torcer, logo após algumas páginas, pela Amélia e pelo Padre Amaro. “Entrei” mesmo “dentro do livro” e adorei-o.
Este é um dos livros que mais me fascinou. A história de Amélia e do Padre Amaro não me saiu da cabeça durante os poucos dias que demorei a ler o livro nem nos dias seguintes e quando, por algum motivo, penso nele (o que ocorre não raras vezes), não consigo fazê-lo sem sentir um certo deslumbramento. É, até ao momento, o meu livro preferido. Confirma, sem dúvida, Eça de Queirós um dos maiores escritores portugueses.
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Classificação: 6/6
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Compras

Hoje fui à Fnac e estive a ver esta colecção. Encontrei este dois que queria bem baratinhos e trouxe-os logo. Fiquei toda contente.
Os que tenho do Saramago são todos da edições compactas da Caminho. Agora trouxe este diferente mas não faz mal. Já tenho três desta colecção mais os que vierem.
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Feira de Oportunidades Presença

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Comprei o livro Leonor Teles ou O Canto da Salamandra, de Seomara de veiga Ferreira por apenas 5€. Ainda não li nada desta autora mas este livro parece-me interessante e já estava há algum tempo na minha wishlist. Adoro livros que nos revelam algo sobre personagens importantes da nossa história e romances históricos em geral. Espero que este não me desiluda.
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Sinopse: O mais recente romance histórico daquela que é considerada uma das principais autoras portuguesas no âmbito deste género literário. Desta vez, um retrato surpreendente e desconhecido de Leonor Teles, que vem contribuir decisivamente para o debate acerca desta polémica e enigmática personagem histórica.
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Jardim de Mulheres - Aminatta Forna

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Esta obra é formada pelos percursos de vida, contados na primeira pessoa, de quatro mulheres da Serra Leoa. Abie é uma jovem natural deste país, cujo pai viajou para a Europa, o que fez com que ela recebesse uma educação de carácter ocidental. Embora visitasse esporadicamente a sua terra natal, acaba por adiar constantemente uma nova visita, devido á instabilidade política vivida no país, até que recebe uma carta de um dos seus primos informando-a de que herdou uma plantação de café do seu avô, um rico guerreiro, e que a faz regressar. No seu país, mergulha nas recordações de algumas das suas tias, filhas de quatro das onze esposas do seu avô, um rico guerreiro. Aquelas confiam-lhe todas as lembranças do seu passado, desde a infância, aos casamentos, às desilusões e à velhice.
As histórias destas mulheres revelam parte da história e da cultura africanas, permitindo recriar o ambiente social deste país ao longo do século XX, nomeadamente a cultura patriarcal, as tradições que à séculos se cumprem e as perturbações políticas vividas na época colonial e na guerra que se lhe seguiu.
Gostei de ler este livro, na medida em que me transmitiu conhecimentos interessantes sobre a cultura deste país. Contudo, na minha opinião o livro transmite poucos conhecimentos rigorosos sobre a evolução política, sendo as informações passadas pouco esclarecedoras acerca da História nacional.
Por outro lado, a narrativa dos acontecimentos não foi capaz de me envolver. Não me parece haver uma linha de acção, transversal às quatro histórias, contadas em paralelo, que mantenha a coesão entre todas. O alternar entre as histórias das protagonistas, passadas em momentos temporais e espaços semelhantes e que não estão suficientemente interligadas, leva a que o leitor vá esquecendo os percursos das várias personagens, perdendo-se no livro.
No entanto, apesar destes aspectos negativos, esta foi uma leitura que me deu prazer, pois permitiu-me obter, de uma forma suave e nada maçadora, bastantes conhecimentos acerca de uma cultura que desconhecia.
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Classificação: 4/6
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Levantado do Chão - José Saramago

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Como meio de espelhar a realidade do Alentejo no tempo narrado, o autor conta-nos a história da família Mau Tempo ao longo de três gerações, desde o avô Mau Tempo, mau marido e mau trabalhador até ao neto, passando pelo filho, João Mau Tempo, que tem mais destaque ao longo do texto devido ás suas actividades políticas, estes últimos mais dedicados ao trabalho, mas nem por isso conseguindo escapar à miséria que atravessa a classe camponesa alentejana.
Ao longo da leitura, o autor vai-nos expondo a miséria reinante nos latifúndios da região, derivada dos baixos salários e do desemprego, que contrastam com a abundância em que vivem os latifundiários e os membros do clero.
Estes extremos são-nos apresentados ao mais alto nível de Saramago, com um estilo brilhantemente irónico e mordaz, recorrendo a personagens tipo para caracterizar a insensibilidade e desumanidade da classe privilegiada, apoiada pela guarda nacional. Esta cooperação entre as partes, no sentido de acumular privilégios e dominar o povo remete-nos para a trilogia Estado, Igreja e Latifúndio, apelidada de Santíssima Trindade Terrena.
Na minha opinião, é um livro genial, que vale a pena ler e reler pela eximidade da escrita de Saramago, a interacção entre o narrador e o leitor, a crítica social fulminante, revestidas da mais sublime ironia, cujo enredo nos prende e recheado de surpresas de linguagem. Em poucas palavras, este livro deixou-me com dois pensamentos: “como é que Saramago consegue fazer isto com as palavras?” e “como é que é possível haver situações tão injustas?”.
Numa perspectiva mais alargada, a obra levanta questões que ultrapassam os limites do Alentejo. Percebemos claramente que uma situação tão sustentada pelas instituições nacionais tem que se verificar também nas outras regiões do país e interrogamo-nos durante quanto tempo terá ocorrido, sendo certo que, de uma forma mais leve e menos evidente, se verifica ainda nos nossos dias.



Classificação: 5/6
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quinta-feira, 21 de janeiro de 2010

Este blog

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Neste blog vou apresentar alguns dos livros que já li e outros que tenciono ler. Falarei talvez um pouco também acerca de escritores, eventualmente algumas correntes literárias. Não pertendo, definitivamente, abarcar nele as novidades literárias mais importantes, apenas o que em cada momento me apetecer escrever.
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